Gramática On-line: Crase (parte 2) – Regras Principais



Seu objetivo: aprender as regras principais do uso da crase.

No post anterior (clique aqui para rever), você aprendeu o que é crase. Agora, você vai aprender as regras principais do uso da crase.

Regra da Troca: como a crase é a versão feminina do “ao”, devemos usar a crase se nós usarmos o “ao” caso a palavra feminina seja trocada por uma masculina. Porém, tome cuidado para fazer a troca de modo correto (se você alterar a classe gramatical a regra pode dar errada).   

Exemplo 1: Será que devemos usar crase em “vou a praia”? Se trocarmos “praia” por uma palavra masculina (exemplo: teatro), nós usaremos “ao”. Veja: “vou ao teatro” (não podemos dizer “vou a teatro” ou “vou o teatro”). Então, como usamos “ao” com a palavra masculina, devemos usar a crase com a palavra feminina. Logo, devemos usar a crase em “vou à praia”.  

Exemplo 2: Será que devemos usar crase em “eu disse a ela”? Vamos, então, trocar “ela” por uma palavra masculina: “eu disse a ele”. Como não escrevemos “ao”, então devemos escrever “eu disse a ela” (sem crase).

Exemplo 3: Será que devemos usar crase em “eu disse a mulher”? Vamos, então, trocar “mulher” por uma palavra masculina: “eu disse ao homem”. Como usamos “ao”, então devemos usar a crase: “eu disse à mulher”.

Observação: se você fizer a troca com uma palavra de outra classe gramatical (exemplo: trocar “mulher”, um substantivo, por “ele”, um pronome), essa troca levará ao erro. Veja que os exemplos 2 e 3 são idênticos, mas as palavras femininas são de classes gramaticais diferentes (“ela” e “mulher”), fazendo um dos exemplos usar crase e outro não.

Exemplo 4: Será que devemos usar a crase em “eu disse a você”? Resposta: não. Afinal, qual é o feminino de “você”? Aliás, “você” é uma palavra feminina ou masculina? Nós nunca usamos artigo antes de “você” (não existe “o você comprou livros” nem “a você comprou livros”). Se nós não usamos artigos antes de “você”, então a preposição “a” (exigida pelo verbo “dizer”) fica sozinha. Logo, não há crase.

Conclusão: a Regra da Troca é a regra clássica da crase, mas tenha cuidado ao aplicá-la. Não adianta decorar essa regra e aplicá-la às cegas, sem analisar o caso. Você precisa saber o significado da crase, que é a união de uma preposição exigida por um verbo com um artigo que define uma palavra feminina. A regra é apenas a generalização prática dessa ideia.

Regra “Vou a, volto da”: para verbos que dão ideia de deslocamento (ir de um lugar para o outro), devemos usar a crase se, ao usarmos o verbo “voltar”, nós usarmos “da”.


Exemplo 1: Será que vai crase em “Vou a Florianópolis”? Vamos usar o verbo voltar: “volto de Florianópolis”. Como não usamos “da”, então não usamos crase. Escrevemos “vou a Florianópolis”.

Exemplo 2: Será que vai crase em “Vou a Bahia”? Vamos usar o verbo “voltar”: “volto da Bahia”. Como usamos “da”, então devemos usar a crase. Escrevemos “vou à Bahia”.

Regra do Pronome Demonstrativo: usamos crase nos pronomes demonstrativos que começam com a letra “a” (aquele, aqueles, aquilo, aquela, aquelas) se aparecer a preposição “a” ao serem substituídos por outros pronomes demonstrativos (isto, este, esta, esse, esses, essas, essa, etc).

Exemplo 1: Será que usamos crase em “Nada importa aquele jovem”? Vamos substituir o pronome demonstrativo por outro: “nada importa a esse jovem”. Apareceu a preposição “a”. Logo, devemos usar crase: “nada importa àquele jovem”.

Exemplo 2: Será que usamos crase em “comprei aqueles sapatos”? Vamos substituir o pronome demonstrativo por outro: “comprei estes sapatos”. Como a preposição “a” não apareceu, então não usamos a crase: “comprei aqueles sapatos”.

No próximo post, você vai estudar os casos onde a crase é obrigatória, é facultativa ou é proibida.



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